PRÓXIMOS LIVROS A SEREM COMENTADOS!!!

sábado, 4 de fevereiro de 2012

O Bom Ladrão de Fernando Sabino


Esta é uma das histórias que me lembro muito bem a primeira vez que eu li. Eu era bem novinha e quis ler porque minha avó tinha dado este livro para minha irmã. Fiquei com ciúmes, pois não havia sido dado a mim, o mais engraçado é que eu fazia questão de um livro que minha avó ganhou grátis e que nem ela e nem minha irmã se importavam com ele. Bom, deixemos isso de lado e vamos ao que nos interessa, o livro.
 O Bom Ladrão tem como inspiração, se assim posso dizer, a obra Dom Casmurro de Machado de Assis. Como Bentinho, Dimas (O Bom Ladrão) vive atormentado por suspeitas em relação a sua mulher, Isabel.  
O Bom Ladrão e Isabel se conheceram na redação de um jornal, ela fora até lá colocar um anúncio para alugar um quarto em sua casa. Eles mal se falaram neste dia, mas seus destinos se encontrariam novamente, pois Isabel ficara com a caneta do Bom Ladrão. Por conta disso, ele foi ao endereço buscar sua caneta. O hilário é que ele não consegue a caneta de volta e ainda acaba alugando o quarto na casa de Isabel.
Com a convivência, o Bom Ladrão começa a notar que algumas coisas do seu quarto somem. Na vida de casados ele percebe que sua esposa, Isabel, praticava alguns pequenos furtos, como pegar um sabonete na loja, uma revista, um colherinha do restaurante etc. Querendo compreender o mundo de sua amada, ele tenta furtar uma revista, mas não consegue. Como ele mesmo reconhece, Isabel era mais esperta e habilidosa. Quando ela era pega em seus furtos (poucas vezes, no livro só me lembro de uma única vez) mantinha a calma e levava a situação com muita naturalidade. A superioridade de Isabel sempre é ressalta pelo Bom Ladrão que declara que em sua relação "ISABEL SEMPRE IA NA FRENTE E EU ATRÁS".
Mas sua vida piorou com a chegada de Garcia, o primo querido de Isabel. O Bom Ladrão narra uma grande afeição que existia entre os dois e insinua que talvez existisse algo a mais do que somente amizade entre Garcia e Isabel.
Ao final do livro fica o mistério: Isabel realmente traiu o Bom Ladrão com seu primo Garcia? A bolsa que é descoberta na casa do casal foi roubada por quem? Isabel ou Garcia? Ou será que o Bom Ladrão não assumiu a culpa para proteger Isabel e sim ele era o verdadeiro culpado?
Já reli inúmeras vezes e como Dom Casmurro, já fantasiei milhões de soluções, mas todas não passam de devaneios de uma leitura apaixonada. Como a obra de Machado do Assis, o livro O Bom Ladrão é narrado em primeira pessoa, o que nos leva a duvidar dos fatos, pois se trata do ponto de vista do personagem. Nunca chegaremos à verdade do acontecido, e nem necessitamos, sua leitura se torna apaixonante por isso mesmo. Uma história de amor apimenta por aventuras, desconfiança e mistério.
EU RECOMENDO.

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

PASÁRGADA, TERESA, PNEUMOTÓRAX, BÊBADOS E OUTROS. MANUEL BANDEIRA

“Vou-me embora pra Pasárgada, lá eu sou amigo do rei.” (Manuel Bandeira)


Quem nunca ouviu falar de Pasárgada e de seus encantos? Quem nunca desejou ir pra lá? Eu pelo menos, todas as vezes que fico p..., ou melhor, nervosa com alguma coisa, eu sempre gritava para a primeira pessoa que via: “Vou-me embora pra Pasárgada, lá eu sou amigo do rei.”
Os escritos de Manuel Bandeira são um máximo. Para mim, ele mistura simplicidade com literatura da melhor qualidade. “Teresa” é o poema que mais gosto e isso tem anos. Diferente da personagem, me apaixonei pela primeira vez que li sobre Teresa.


Teresa
A primeira vez que vi Teresa
Achei que ela tinha pernas estúpidas
Achei também que a cara parecia uma perna
Quando vi Teresa de novo
Achei que os olhos eram muito mais velhos que o
[resto do corpo
(Os olhos nasceram e fizeram dez anos esperando
[que o resto do corpo nascesse)
Da terceira vez não vi mais nada
Os céus se misturaram com a terra
E o espírito de Deus voltou a se mover sobre a face das águas.
(Manuel Bandeira)


Amo Manuel Bandeira (embora não tenha lido tudo dele, infelizmente) e a minha preferida sem sombra de dúvida é Teresa. Que se constitui em um amor real tão verossímil a vida que me faz sonhar. É lindo a primeira visão da personagem ao ver Teresa como uma mulher qualquer, ou até pior, desprovida de beleza. Uma segunda vez ainda há o mesmo sentimento. Na terceira vez, tudo muda aos olhos de um apaixonado quando a ver com amor. O divino passa a habitar o terreno, é maravilhoso.
Sempre me pergunto: Se Teresa era tão feia, por que ele olhou três vezes para ela? Quanto tempo ele demorou para olhar Tereza? As três visões foram no mesmo dia? Na mesma semana? No mesmo mês? Não sei se interpreto direito, mas essa leitura me faz viajar. Amo, amo e amo. Queria saber e conhecer melhor as maravilhas de Teresa.
Sou apaixonada também por “Pneumotórax”, onde o relato de uma doença que não tem muito que se fazer, trata de modo “irônico” e até certo ponto engraçado.

Pneumotórax
Febre, hemoptise, dispnéia e suores noturnos.
A vida inteira que podia ter sido e que não foi.
Tosse, tosse, tosse.

Mandou chamar o médico:
- Diga trinta e três.
- Trinta e três... trinta e três... trinta e três...
- Respire.

- O senhor tem uma escavação no pulmão esquerdo e o pulmão direito infiltrado.
- Então, doutor, não é possível tentar o pneumotórax?
- Não. A única coisa a fazer é tocar um tango argentino.
(Manuel Bandeira)


Não me estenderei mais, senão este post ficará enorme. Só estou aqui comentando seus poemas como uma apaixonada e fã. Esta interpretação, não é acadêmica e nem se importa em ser. Estamos fora do contexto literário de sua época. Para os interessados, pesquisem sobre ele. Vale muito a pena.
Para finalizar

"...Quero antes o lirismo dos loucos O lirismo dos bêbados O lirismo difícil e pungente dos bêbados O lirismo dos clowns de Shakespeare - Não quero mais saber do lirismo que não é libertação" (Manuel Bandeira)*


*Essa tem todo um contexto de crítica a literatura pela estrutura correta dos poemas e pela forma rígida, mas, mesmo assim a amo também. Pelos motivos parecidos como o poema de Teresa, ela me faz viajar, em um mundo mais além. Liberta-me dos convencionalismos acadêmicos que tanto poda a nossa criatividade e entristece nosso coração sonhador.

sábado, 21 de janeiro de 2012

BRILHO DE UMA PAIXÃO.


Essa manhã, relendo a carta que o Capitão Wentworth escreveu para Anne Ellitot no livro Persuasão de Jane Austen, me fez querer rever o filme Brilho de uma Paixão. Este filme conta a história verdadeira do poeta John Keats que se apaixona por sua  vizinha Fanny Brawne, os dois cultivam uma amor puro e majestoso. É muiiiiiito lindo!!! Vale a pena conferir!! Sem contar que o filme é de Jane Campion. Há uma sutileza no filme, uma serenidade, uma paixão! Inexplicável. Sem falar na trilha sonora que é um máximo.
Chorei Horrores quando vi, e na mesma semana reprisei umas 7 vezes sem brincadeira.

Esses são os trechos de algumas cartas de John Keats a Fanny Brawne que aparecem no filme:

Eu tenho dois luxos que cultivo em minha caminhada: o seu encanto e a hora de minha morte.
quem dera pudesse eu ter ambos no mesmo minuto.
Nunca conheci antes o tipo de amor que você me fez sentir. Eu acreditava nisso MAS SE VAI ME AMAR PLENAMENTE, EMBORA POSSA HAVER ALGUM FOGO, NÃO SERÁ MAIS DO QUE POSSAMOS SUPORTAR, QUANDO UMIDECIDOS E BORRIFADOS COM PRAZERES.

(Carta de John Keats a Fanny Brawne)


Minha querida dama,
Estou agora à janela de um chalé muito agradável olhando para um belo país montanhoso, com uma vista para o mar. As manhãs são excelentes.
Não sei o quão elástico meu espírito pode ser, que prazer posso ter vivendo aqui, se a sua lembrança não pesasse tanto.
Pergunta-se, meu amor, se não está sendo muito cruel me podando, destruindo minha liberdade.
De minha parte, não sei como expressar tamanha devoção. Quero a palavra mais brilhantes das brilhantes, a mais justa das justas. QUASE DESEJO QUE FÔSSEMOS BORBOLETAS E VIVÊSSEMOS SOMENTES 3 DIAS DE VERÃO. TRÊS DIAS AO SEU LADO, E PODERIA PREENCHÊ-LOS DE MAIS ENCANTO DO QUE 50 DIAS COMUNS JAMAIS TERIAM.
Você confessaria isso em uma carta? Escreva imediatamente e faça tudo o que puder para me consolar, torna-a sua como um esboço de papolas para me intoxicar.
ESCREVA AS PALAVRAS MAIS DOCES E BEIJE-AS PARA QUE EU POSSA, AO MENOS, TOCAR MEU LÁBIOS ONDE OS SEUS ESTIVERAM.

(Carta de John Keats para Fanny Brawne.)



quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

JANE EYRE - 2001 o filme.

Queridos amigos,
ontem finalmente consegui baixar a versão de 2011 do filme JANE EYRE, baseado no livro homônimo de Charlortte Brontë. E devo admitir que novamente a BBC filmes fez um ótimo trabalho. A adaptação para o cinema ficou muito boa. Como sabemos, nenhum filme consegue colocar integralmente o livro, mas esta versão de Jane Eyre privilegiou todas as partes mais importantes, não deixou escapar nenhum detalhe de suma essência. O roteiro está magistralmente escrito. Os ambientes, personagens e figurinos nota 10. Vale a pena conferir.
Se você deseja conferir, estoud disponibilizando o link abaixo para download.

http://www.fileserve.com/file/nEfc4M5

Para baixar a legenda entre no site abaixo:
http://filmeshunter.com/drama/jane-eyre/





Sinopse:

Jane Eyre (Mia Wasikowska) morava com sua tia, e ao ficar órfã é levada para morar em um internato. Quando adulta, ela vai trabalhar como governanta na casa de Edward Rochester (Michael Fassbender). Com o duro tratamento de Rochester, ela se vê testada. Quando ela reflete sobre as pessoas e as emoções que definiram quem ela é, faz com que ela deva agir de forma decisiva para assegurar seu próprio futuro e se resolver com o passado que a assombra. Mas segredos sobre o passado de Rochester podem comprometer para sempre o amor entre eles.

Assista ao Trailer:

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Primeira resenha para o DESAFIO REALMENTE DESAFIANTE (Janeiro).

Depois de um longo tempo sem internet, voltamos as nossas publicações. risos. Esta é a primeira resenha de Desafio Realmente Desafiante que o nosso blog está participando. No mês de janeiro deveria ser lido um livro de qualquer autor europeu. Então escolhi este abaixo.


A insustentável leveza do ser de Milan Kundera.

Quem me conhece sabe que sou apaixonada por cachorros, então, inexoravelmente a parte do livro que mais gostei e me emocionei foi a "Sétima parte: O sorriso de Karenin". Amei a descrição do amor entre Tereza e Karenin, um amor incondicional, do olhar de confiança de Karenin (cachorra) a Tereza, da rotina da padaria e do croissant e até mesmo a tentativa de ânimo de Tomas ao ficar de quatro e brincar com o croissant com a cachorra. Cachorros e romances a parte.
O livro “A insustentável Leveza do Ser” traz grandes contribuições para os seus leitores, e elementos novos. Milan Kundera é um escrito tcheco que viveu a Primavera de Praga, ou seja, a época em que se passa o seu romance. Viveu em um país invadido pelas forças russas. Por isso, podemos ver a todo o momento que ele não deixa de imprimir em seu romance as suas experiências de vida, as suas perspectivas do acontecimento. O que torna mais verossimilhante as narrações e as tornam mais vivas na mente do leitor.
Podemos ainda contemplar a participação direta do autor em diversos momentos em que interrompe o romance para breves explicações, como por exemplo, a explicação de como nasceram os personagens, narrando em primeira pessoa. 

“Os personagens de meu romance são minhas próprias possibilidades, que não foram realizadas. É o que me faz amá-los, todos, e ao mesmo tempo a todos temer. Uns e outros atravessaram uma fronteira que me limitei apenas a contornar. O que me atrai é essa fronteira que eles atravessaram (fronteira além da qual termina o meu eu).”

Outro fator que pode atrair a atenção dos leitores, são os elementos filosóficos que aparecem frequentemente em seu romance. São feitas menções a Parmênides , Nietzchet, até mesmo um certo grau do existencialismo de Sartre que dá sal e gosto aos conflitos humanos vividos pelos nossos personagens. São trabalhados de forma magistral o uso de diferentes conceitos como por exemplo, o par de oposto como o leve e o peso, o conceito de compaixação dentre outros (embora quisesse ficar discutindo conceitos de filosofia, não me prolongarei mais, pois não é esse, talvez infelizmente, o nosso objetivo)
Falemos agora dos personagens. Com certeza há três personagens principais: Sabina, Tereza e Tomas. O romance a todo o momento trata seus personagens de modo a dissecar as suas personalidades e os porquês de suas atitudes, comportando-se como uma análise psicológica deles, que mostra as preocupações e questões que vários seres humanos vivem.
Tereza foi uma menina que nasceu do descuido de um cara viril e uma linda moça que poderia ter qualquer homem a seus pés. A linda moça (mãe de Tereza) casou-se com o homem viril que mais tarde se tornou um marido revulsivo na visão de sua esposa. A mãe de Tereza a abandona aos cuidados do pai.  Depois da morte de seu pai, Tereza se vê obrigada a morar numa cidade do interior com sua mãe, padrasto, e seus meio irmãos. Tereza vive em um “campo de concentração” armado por sua mãe que mostra a ela a todo o momento o lado sujo e mesquinho do ser humano. Mostra o corpo com algo baixo, e comum em todas as outras mulheres. Mais refinada que os membros de sua família, Tereza busca em Tomas o amor que nunca teve e a prova de que sua mãe estava errada. Tereza não que ver seu corpo como uma coisa normal, a todo o instante tenta transparecer sua alma em seu corpo.
Tomas é jovem médico, divorciado que rompeu as ligações com o passado e vive uma vida de solteirão, tendo várias amantes. Quando conhece Tereza, por conta “de 6 acasos” acaba se apaixonando por ela. Na noite que ela fica doente e com febre no divã de sua casa, para ele, ela apareceu como uma menina jogada a um cesto as margens de um rio. Embora a ame profundamente, ele não consegue largar de uma vez por todas a sua vida de garanhão e a trai constantemente.
Sabina sem dúvida representa a leveza no parte de opostos, seu oposto é Tomas que embora seja como ela, não consegue larga Tereza que para ele em certos momentos representa o peso em sua vida. Sabina também vive uma vida de vários amantes, e como o autor coloca, uma vida de traição. Traiu os pais (desobedecendo-os), traiu o marido (abandonando-o), traiu a pátria (deixou-a sem lutar depois da invasão russa) e finalmente traiu o homem que mais amava, abandonando-o sem nenhuma explicação. Vemos no decorrer da história que em certos momentos a leveza que Sabina, por não ser de ninguém, se tornava algo insustentável.
A vida de casal de Tomas e Tereza não foi fácil, por conta da infidelidade dele. Sempre nos simpatizamos um pouco mais por Tereza, embora não conseguimos sentir raiva de Tomas. Ela sai do campo de concentração da mãe e cai do de Tomas e suas mulheres.
Para Tomas o amor não se manifesta no ato sexual em si, amor é algo mais profundo, como o desejo de compartilha o sono com alguém. Como dormir de mãos dadas com Tereza. É um “tem que ser “ (como na música de Beethoven) que o faz deixa Zurique e voltar para a cidade de Praga ocupada pela invasão russa, atrás de Tereza. Contudo, Tereza não compreende esse seu ponto de vista, para ela a fidelidade talvez seja o amor. Em busca da compreensão do ponto de vista de Tomas, ela o trai com um engenheiro, e chega ao lado mais humilhante de sua vida e ao mesmo tempo consegue contemplar o momento.
Ao fim do romance, Tereza reflete sobre a vida que passou ao lado de Tomas e percebe que talvez quem sempre tenha amado na relação entre os dois, fosse Tomas, pois esse largou tudo por conta dela: voltou de Zurique, perdeu o emprego como médico cirurgião, tornando-se limpador de janelas, depois largou a cidade de Praga e foram viver no interior se tornando caminhoneiro e chegando ao nível mais baixo possível da escala social. Ao que tudo indica, o peso (Tereza) na vida de Tomas tinha se tornado mais leve de carregar, se comparado a leveza de Sabina que se tornava em certos momentos insustentável.

Há uma única versão para os cinemas deste livro. Para baixar (download) o filme A insustentável leveza do ser clique no link abaixo:
http://www.megaupload.com/?d=4CE5VA4U

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

O MORRO DOS VENTOS UIVANTES

Ao ler o livro de Emily Brontë, O morro dos Ventos Uivantes, tive a sensação de entrar em um mundo acinzentado. Passei dias e dias sofrendo pelo destino que Cathy e Heathcliff tinham vivido. Uma tristeza profunda me abateu, não pelo desfecho em si, mas pelas próprias escolhas tomadas pelos personagens. Cathy, talvez, por ambição e Heathcliff agiu por ciúme e vingança de tudo que passou. Contudo, os dois não perderam o amor um pelo outro. Um amor que ora se transforma em obsessão, um amor que foi capaz de destruir muitas vidas e causar grandes sofrimentos.

EU AMO ESTA HISTÓRIA!!!

Heathcliff tinha sido um garoto que o Sr. Earnshaw havia trazido de uma das suas viagens. Heathcliff foi bem tratado até a morte do Sr. Earnshaw. Depois disso, Hindley o irmão mais velho de Catariana Earnshaw (Cathy) o tratava tão mal ou pior que os empregados da casa.
Heathcliff e Cathy cresceram juntos e nutriam um amor um pelo outro. No entanto, não estava nos planos de Cathy casar com o menino que fora adotado pelo seu pai. Na mente de Cathy, era mais viável e imponente o casamento com o rico Edgar Linton. Cathy confessa a uma das empregadas o seu amor a Heathcliff e a impossibilidade de consumação. Heathcliff escuta e deixa a casa revoltado pela sua desilusão amorosa.
Cathy casa-se com Edgar Linton, tem uma filha que no decorre da história vemos que se parece muito com a mãe e possui o mesmo nome. Dois anos mais tarde, Heathcliff volta ao Morro dos Ventos Uivantes para concretizar sua vingança, principalmente pelos maus tratos de Hindley e Edgar Linton por casa-se com Cathy.
Cathy morre, deixando Heathcliff no abandono total de seu amor. Ele se desespera tanto que  “viola” o seu túmulo para que ela não descansa em paz e possa assombrá-lo todas as noites, assim, não ficariam distantes um do outro.
Em minha opinião a redenção do amor de Cathy e Heathcliff chega com a concretização do amor da filha de Cathy com Edgar, Catarina Linton e Hareton Earnshaw, filho de Hindley Earnshaw. A história dos dois meio que se repete nestes dois jovens. Hareton era rude por não ter estudos, pois foi privado disso, depois que seu pai morre, sendo esta parte da vingança de Heathcliff. E Cathy (filha de Cathy Earnshaw) era mais refinada. No entanto, diferentemente de sua mãe, esta não despreza o que sente por Hareton, e seu amor e atenção a este último o transforma em um homem menos rude do que era. Os dois concretizam o seu amor, diferentemente do amor de Cathy e Heathcliff, que não fora consumado por muitos obstáculos sociais e principalmente por suas personalidades e gênios fortes que possuíam.

Para aproveitar mais esta emocionante história estou indicando o link da versão do filme de 1939:

A minha versão favorita é o filme de 1992 com Ralph Fiennes e Juliette Binoche. Veja o Trailer:




Link para baixar (download) o filme de 1992.



Em 2009 foi produzida uma série em dois capítulos do livro Morro dos Ventos Uivantes. Confesso que ainda não baixei, pois não conseguia achar. Finalmente achei, legendado, e estou compartilhando com vocês. São dois capítulos e duas legendas separadas, uma para cada capítulo.



Espero que se divirtam bastante e comente o que acharam da série, que estou louca para ver. Pena que meu computador não tenha 20 mega para baixar mais rápido.

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

UM DESAFIO REALMENTE DESAFIANTE 2010

Bom dia a todos e a todas,
nosso bog está começando agora, tem exatamente 4 dias que foi criado. Mas já queremos ousar, e aceitar alguns desafios. Vi este no Blog da minha amiga, então resokvi aderir também. Será que conseguimos? É claro.
Bom o desafio é o seguinte (aí vai as regras):

  1. Janeiro: Ler um livro de um autor EUROPEU!
  2. Fevereiro: Ler um livro que tenha um personagem com a inicial do nome igual a do seu nome.
  3. Março: Ler um livro com a capa verde, vermelha ou azul 
  4. Abril:  Ler um livro que tenha cenas que se passem na Africa ou na Ásia. Não precisa ser o livro todo, mas pelo menos algumas cenas!
  5. Maio: Ler um livro que seja o último de alguma série.
  6. Junho: Ler um livro que Virou Filme.
  7. Julho: Ler um livro com mais de 500 páginas.
  8. Agosto: Ler um livro lançado no ano do seu nascimento. 
  9. Setembro: Ler um livro de um autor que já é falecido.
  10. Outubro: Ler um livro de um autor do seu estado.
  11. Novembro: Ler um livro bem fininho. Com menos de 200 páginas.
  12. Dezembro: Ler um livro que você tenha ganho de presente.
Todo mês entre os dias 25 e 30/31 do mês a Clícia vai publicar a sua resenha, a da Rafa e a da Juh (suas colaboradoras)! A gente deixa o link embaixo das resenhas das meninas para validar a nossa participação.
Estou doída para fazer uma primeira resenha. Vou revelar de antemão que o livro que eu escolhi foi  "A INSUSTENTÁVEL LEVEZA DO SER" de Milan Kundera. 
E aí o que acharam da idéia?
Bjs

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

O gosto peculiar dos ingleses.

Conversando com algumas amigas minhas, começamos a reparar que nem todas as atrizes que os ingleses escolhem para interpretar os romances de Jane Austen, são tão bonitas assim. Na verdade algumas até feias demais. Como é o caso da irmã do Mr. Bingley na série da BBC de Orgulho e Preconceito de 1995. Caroline Bingley é descrita, na novela de Austen, como uma mulher refinada, bonita e elegante. Isso não parece muito verdade, parece? Risos

Diferença para Caroline Bingley do filme de 2005.
Caroline Bingley, 2005.

A mesma coisa acontece com a filha mais velha dos Bennet, Jane Bennet que era considerada uma das mais bonitas do Condado. Nesta série Elizabeth Bennet é mais formosa que a Jane.
À esquerda Jane Bennet e à direita Elizabeth Bennet

O que nos pareceu totalmente, apropriado foi não só a interpretação como a escolha do homem em si, Colin Firth, como o Sr. Darcy.


Isso é um máximo. Ainda mais na cena que ele sai molhado do lago depois de um mergulho e aparece de surpresa na frente de Elizabeth Bennet.


Dez ano depois, foi lança uma versão do romance para as telas de cinema. 

Não podemos negar que o ator, Matthew Macfadyen, não é algo que se jogo fora. Nem a sua interpretação e muito menos O homem como um todo. Risos. Seu olhar, seu leve sorriso....


Elizabeth Bennet, Keira Knightley, deixou muito a deseja. Não falo isso só pela aparência, mas também pela sua interpretação de Lizze que ficou caricaturada e muito exagerada.Embora Elizabeth Bennet, foi uma mulher de caráter forte no livro, ela tinha uma certo ar de refinamento coisa que se perde com a atuação de Keira que peca pelo amplo exagero e pouca classe.


Jane Bennet, Rosamund Pike, na versão do filme de 2005, já pode ser considerada como uma das mais belas do Condado, fato que na série era um pouco difícil de encarar.

Jane Bennet, 2005
Jane Bennet. 1995.

Ah esquecemos de ressalta o Sr. Wickham que também apresenta uma grande diferença entre os dois atores.
1995
2005

Porém, no conjunto da obra a série da BBC de 1995, é melhor produzida e mais fiel ao livro de Jane Austen. 

O filme de 2005, a grandes mudanças e perdas de alguns sentidos no filme. È linda a cena, do filme de 2005, do encontro de Elizabeth e o Sr. Darcy ao amanhecer. Mas quais seriam as probabilidades de isso realmente acontecer naquela época? Vocês realmente acreditam que tanto o Sr. Darcy quanto Elizabeth Bennet pediriam consentimento ao Sr. Bennet vestidos daquele jeito? Como roupas de dormi? Risos.


Acho que o grande ganho do filme de 2005 foi em dois pontos: 1) a Senhora Bennet é melhor interpretada no filme de 2005 do que na série de 1995. Na de 95, a Senhora Bennet é um pouco escandalosa de mais, perdendo um pouco da personalidade de mãe que não podemos negar que a Senhora Bennet também possuía. 2) Como uma das minhas amiga me disse, o filme de 2005 abriu as portas para a possibilidade da juventude de hoje, conhecer os romances de Jane Austen e procurarem suas diferentes obras. Foi uma abertura para a distribuição e a renovação da leitura de Austen. Diga-se de passagem, é minha autora favorita.
Bom por hoje é só. Gostaram? Concordam? Descordam? Comente e deixe o seu ponto de vista.

sábado, 7 de janeiro de 2012

O PEQUENO FILÓSOFO

O Pequeno Filósofo (Gabriel Chalita)





“Simplicidade era seu tema preferido. O pequeno filósofo, quando não falava. Olha e ria sozinho de coisas corriqueiras. O banal tornava-se extraordinário naqueles olhos cheios de esperança. Parecia que ele guardava algum segredo. E que o seu segredo era sagrado.” ( O Pequeno Filósofo – Gabriel Chalita. p.14)


Todos que contemplarem a capa e se ligarem no título verão em suas mentes outro livro: O Pequeno Príncipe de Saint-Exupéry.
Quem nunca leu O pequeno Príncipe e se maravilhou com as suas páginas? Quem nunca teve raiva só um pouquinho da frágil rosa? Quem nunca pensou em encontrar o pequeno príncipe? Quem nunca quis ter a confiança que o Pequeno Príncipe possuía? Quem nunca olhou para o céu desejando vê-lo? Livros tão belos quanto O Pequeno Príncipe sempre inspiram a escritas de outros.
Em O Pequeno Filósofo de Gabriel Chalita nos deparamos com a simplicidade e sabedoria de um pequeno menino, que embora nunca responda suas perguntas, sempre te leva a enxergar o que estar errado que o que deve ser feitos. Com um simples olhar e sorriso em seus lábios, trás a tona a parte mais esquecida do ser humano, o amor e suas relações afetivas.
O livro é narrado em primeira pessoa. O narrador encontra o pequeno filósofo em um trem. Justamente em um trem, um cenário que lhe é tão familiar. Quando criança, o narrador morava perto da estação de trem, e ele sempre ficava a contemplar as pessoas que estavam na plataforma, observava as chegadas e as partidas, os choros e as alegrias. Este era seu mundo de criança.
O trem nos remete ao mundo da infância do narrador, de suas relações famílias. Sua mãe era muito doente, seu pai possuía uma outra mulher e seu irmão não matinha relações fraternas com ele. Cresceu vendo a fragilidade da mãe que por conta de sua doença não conseguiu oferecer-lhe um colo de materno e que em pouco tempo morreu. Deparou-se com o distanciamento do pai e a insensibilidade de seu irmão. Isso acabou fechando-o para o mundo externo, trancando seu coração para os verdadeiros sentimentos que valem a pena na vida. Até que o levou a separação de seu casamento e o distanciamento de seus próprios filhos.
As estações de paradas do trem também são usas com um recurso para mostrar as diferentes estações em que passamos na vida e não nos damos conta. Em cada estação passada é uma lição aprendida, a observação das ações alheias o levam a refletir sobre suas próprias ações. Como um bom filósofo, nosso pequeno amigo, nunca dá respostas diretas as indagações de nosso narrador, às vezes o leva até a irritação, mas o sorriso do menino supera tal situação.
O interessante é que Gabriel Chalita nos mostra e nos leva a refletir não só sobre as relações e ações humanas de nossos dias atuais, bem como, refletir sobre nós mesmo. O que estamos fazendo com nossas vidas? Leitura agradável e leve que nos leva ao encontro do nosso próprio eu. O mais maravilhoso ainda é descobrir que cada um possui dentro de si um pequeno filósofo e que é só necessários aprendermos a dar ouvidos a ele.

“Ele falava muito das tais estações. No começo, eu achava que eram as estações do ano. Não que não fossem. Ele falava sobre o frio e o calor, falava sobre os ventos e o florir. Aliás, ele falava tanto e tão bonito! Era um filósofo. Um pequeno filósofo. Gostava das perguntas e prestava atenção às respostas. Sabedoria talvez seja a palavra. No início, não dei conta. Ingenuidade me parece perda de tempo. Mas ele não era ingênuo. Ou era? É difícil explicar. Seu modo de ser espontâneo tinha profundidade. Falava de coisas que só sonhando para lembrar. ( O Pequeno Filósofo – Gabriel Chalita. p.9)