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sábado, 4 de fevereiro de 2012

O Bom Ladrão de Fernando Sabino


Esta é uma das histórias que me lembro muito bem a primeira vez que eu li. Eu era bem novinha e quis ler porque minha avó tinha dado este livro para minha irmã. Fiquei com ciúmes, pois não havia sido dado a mim, o mais engraçado é que eu fazia questão de um livro que minha avó ganhou grátis e que nem ela e nem minha irmã se importavam com ele. Bom, deixemos isso de lado e vamos ao que nos interessa, o livro.
 O Bom Ladrão tem como inspiração, se assim posso dizer, a obra Dom Casmurro de Machado de Assis. Como Bentinho, Dimas (O Bom Ladrão) vive atormentado por suspeitas em relação a sua mulher, Isabel.  
O Bom Ladrão e Isabel se conheceram na redação de um jornal, ela fora até lá colocar um anúncio para alugar um quarto em sua casa. Eles mal se falaram neste dia, mas seus destinos se encontrariam novamente, pois Isabel ficara com a caneta do Bom Ladrão. Por conta disso, ele foi ao endereço buscar sua caneta. O hilário é que ele não consegue a caneta de volta e ainda acaba alugando o quarto na casa de Isabel.
Com a convivência, o Bom Ladrão começa a notar que algumas coisas do seu quarto somem. Na vida de casados ele percebe que sua esposa, Isabel, praticava alguns pequenos furtos, como pegar um sabonete na loja, uma revista, um colherinha do restaurante etc. Querendo compreender o mundo de sua amada, ele tenta furtar uma revista, mas não consegue. Como ele mesmo reconhece, Isabel era mais esperta e habilidosa. Quando ela era pega em seus furtos (poucas vezes, no livro só me lembro de uma única vez) mantinha a calma e levava a situação com muita naturalidade. A superioridade de Isabel sempre é ressalta pelo Bom Ladrão que declara que em sua relação "ISABEL SEMPRE IA NA FRENTE E EU ATRÁS".
Mas sua vida piorou com a chegada de Garcia, o primo querido de Isabel. O Bom Ladrão narra uma grande afeição que existia entre os dois e insinua que talvez existisse algo a mais do que somente amizade entre Garcia e Isabel.
Ao final do livro fica o mistério: Isabel realmente traiu o Bom Ladrão com seu primo Garcia? A bolsa que é descoberta na casa do casal foi roubada por quem? Isabel ou Garcia? Ou será que o Bom Ladrão não assumiu a culpa para proteger Isabel e sim ele era o verdadeiro culpado?
Já reli inúmeras vezes e como Dom Casmurro, já fantasiei milhões de soluções, mas todas não passam de devaneios de uma leitura apaixonada. Como a obra de Machado do Assis, o livro O Bom Ladrão é narrado em primeira pessoa, o que nos leva a duvidar dos fatos, pois se trata do ponto de vista do personagem. Nunca chegaremos à verdade do acontecido, e nem necessitamos, sua leitura se torna apaixonante por isso mesmo. Uma história de amor apimenta por aventuras, desconfiança e mistério.
EU RECOMENDO.

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