Este livro,
conta a história de Alfredo, um estudante brilhante de Filosofia que encontra a
mulher amada. Mas por conta da sua superioridade intelectual e de sua falta de
humildade acaba perdendo-a para um vendedor de flores. Alfredo não consegue
aceitar tal fato, ainda mais por considerar que é superior ao
florista e não entende o que há de especial na simplicidade da vida.
Para tentar
ajudá-lo nesta caminha de superação, aparece Abner – um acadêmico que desiste
da dar aula de Filosofia e se refugia na vida simples depois da morte de sua
amada esposa. O livro constitui no diálogo entre os dois personagens através de
cartas que são trocas. Abner com sua experiência tenta apresentar um novo mundo
para o jovem Alfredo, um mundo diferente da faculdade, do sucesso, da fama e do
conhecimento puro da razão. Um mundo onde as flores tem um lugar privilegiado,
onde o cantar dos pássaros é apreciado. Mundo este que por Alfredo não o
conhecer, levando-o a perder Clara a mulher que mais amava.
Quem leu “Quando
o sofrimento bater a sua porta” de Pe. Fábio de Melo, encontrará algumas
semelhanças nos ensinamentos de Abner. Ele também mostra que há uma vitória na
derrota, que não saber perder, já é perder, que não adianta ficar se
perguntando sobre o porquê de tudo. Mas como entender estas filosofias de vida
tão estranhas que Abner tenta nos passar? Ele nos mostra que na derrota há a
resposta para a próxima vitória, é só você saber tirar proveitos e
ensinamentos. Um bom perdedor, nunca perderá para sempre, pois modifica
suas atitudes e se torna um ser melhor aprendendo com a sua perda. E o se
perguntar sobre tudo não leva a nada, viver é sempre melhor, aprender a viver
com seus erros e tentar corrigi-los. Isso que faz e fará de você um vencedor.
Depois de
muitas cartas trocas, de muitas cartas mal compreendidas por parte de Alfredo,
podemos começar a vislumbrar o seu processo de mudança. E acompanhar este
processo e aprender com ele é a parte mais interessante do livro. Alfredo
encontra a paz e sua recompensa, mas infelizmente não posso revelar, senão
fica sem graça.
Vale a pena
ler. Não tem nada no livro que tente converter aquele que não queira ser
convertido. Foi um Pe. que escreveu, mas nem por isso a sua obra fica
desmerecida ou restrita a um público. Não se preocupem, não é um “sermão de
missa dominical”. É uma história linda, suave que nos envolve e nos ensina
muito sobre nós mesmos e a vida.
